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domingo, 25 de setembro de 2011

Montitreino Sabadal de 24SET2011.



Pois é, amigos, nesta época de fim das vindimas a imagem de entrada mostra que há mais vida nas vinhas para além da apanha das uvas. Também as ovelhinhas podem entrar e aproveitar as parras ainda apetitosas que o Outono se presta para oxidar e fazer cair.


Os quatro Montis que compareceram neste sábado partiram da Provisória já somavam uns minutos além das 8 horas regimentais e decidiram rumar às eólicas dos lados de Sta. Cruz. Sem pressas, e com tempo nublado mas agradável, cedo estavam junto à Mata do Paraíso, onde uma curta paragem permitiu recuperar da subida, beber água, trincar qualquer coisa e definir o que seria o passeio: eólicas, passagem pelo local onde MontiFélix mostraria o início de uma descida monotrilho para Vila de Rei, Serves, Cabeço da Rosa, Calhandriz e regresso a Alverca. Em conversa amena o pessoal virou costas a Sta. Cruz e atacou a subida para as eólicas. Conversas suspensas, toca a pedalar e lá chegaram todos, distanciados pelas diferentes capacidades de propulsão pedalística, isto é, MontiCadilha e MontiEmídio sempre na frente. Contemplada a paisagem soberba que dali se avista com a tradicional reverência, mastigadas umas barritas e bebidos mais uns goles do precioso líquido, lançámo-nos no estradão para a habitual corrida dos 500 m c/barreiras. Como era de esperar melhorámos o nosso tempo em cada barreira e ninguém se picou no arame farpado, sendo as bikes passadas ao colo com todo o carinho. Despachado este apreciado troço, o nosso MontiFélix destacou-se para identificar na berma do estradão o início da tal descida e lá deu com ele. Olhámos e vimos: monotrilho com declive inicial perto da vertical, com curva imediata para a direita, seguindo, sempre em monotrilho, a pique e ficando invisível desde o estradão. Trilho de tal maneira estreito que nem se percebia por onde, lá mais longe, ele continuava! Bem, está visto, vamos mas é embora; isto não é para nós. Juntamo-nos a tecer considerações quando avistamos uns bikers descendo o estradão na nossa direcção. Três jovens do CRDTrancoso andavam precisamente a marcar os trilhos para o trajecto dos 50 km a realizar no domingo 25SET. Cumprimentos, qu'é que se faz, vai-se p'ra onde, olha! vamos experimentar fazer a descida, já que foi para isso que estes três aqui vieram. MontiVictor resolve dar o exemplo e, com a bicicleta à mão, desce com nítida dificuldade os primeiros metros, descontrai um pouco a seguir e só lá passados aí uns 30 m é que se arrisca a montar. Daí em diante o trilho continua muito exigente em concentração e técnica mas faz-se bem, com muita adrenalina à mistura. Com tempo húmido só mesmo especialistas calejados conseguirão sair-se bem dum teste assim. E lá nos despedimos dos companheiros de Trancoso seguindo para Bucelas, sem paragem na loja das laranjas. Apontados para o Boição, os dois da frente resolvem afinal seguir para Bemposta e percorrer, ao contrário, os caminhos já trilhados semanas antes por Chamboeira e Freixial.

(aqui aconteceu um azar que não vou resolver hoje: ao tentar inserir uma foto, depois de ter completado a crónica, desapareceu-me o resto do texto... E tanto trabalho me deu, Montis caríssimos!...)


Novo aparte: Montis, estou sem condições para terminar isto; roubaram a bicicleta à minha filha e assaltaram a casa dos meus pais em Lameiras. Agradeço os vossos incitamentos mas esta crónica só terminará mais tarde... Quando? Vamos ver se me passa depressa a tristeza... Abraikes.


Pois é, não há bela sem senão nem crónica sem terminação. Cá vem ela.


Linhas atrás estávamos precisamente onde começámos (a crónica), isto é, junto às ovelhinhas. Bebidos mais uns goles de água, trepámos uma rampa (alcatroada) já conhecida e notamos logo a seguir um trilho à direita, a subir, que provoca os Montiapetites por aventuras. O parzinho da Torre do Meio desata a pedalar por ali acima e os outros seguem, sem receios, a curta distância. Terreno desconhecido obriga a opções e as nossas levaram-nos, sempre a subir, até uma vinha, vindimada, que atravessámos à cata de um moinho que se mostrava lá no topo. Continuamos a patrulhar e, depois de algumas idas e voltas, avistamos um estradão à nossa espera a uma centena de metros. Regressados à bifurcação atiramo-nos a um trilho desusado, onde silvas e urzes disputavam o espaçozinho que as nossas pernas iam penetrando. Deu em arranhões ensanguentados mas feito o sacrifício lá estava o estradão. A ribeira, sem água, atravessada agora bem a montante da várzea das hortícolas Bempostas, marcou o retorno a território fácil, de estradão por entre casas rurais e modestas, por onde atingimos de novo a estrada para Bucelas. A descer MontiVictor não hesita em pôr-se à frente e segue na máxima alcatrão afora até à entrada da bela Quinta do Boição, onde, reagrupados, iniciamos a fase final do passeio. Mas com muito trilho para pedalar, muita pedra para resvalar e bofes minguantes para respirar, que as subidas são de matar. Terreno conhecido, contudo, permitindo prever e dosear o esforço, lá fomos cantando (?) e rindo(???) até perto de Santiago dos Velhos, onde a atracção inesperada de uma xinxada de figos, maduros e docinhos, deliciou uns tantos e demorou um homem que queria chegar àquela hora certa. Entrados no alcatrão/macadame/alcatrão com mais umas subiditas impertinentes (sofre um bocado quem treina menos, MontiFélix!) e umas descidas deliciosas, juntámo-nos finalmente de novo no Cabeço da Rosa (não fomos à Calhandriz - era o plano inicial, lembram-se? - mas no da Rosa estivemos) para as despedidas do MontiFélix, sim, que dali para baixo vai tudo na bisga sem parar, nem na Rotunda da DustriMetal, onde ele segue o caminho da cerveja, claro.


Andámos cerca de 42 km, a média, 14 km/h, foi baixinha mas fomos felizes porque nada nos faltou, eu até xinxei um cachinho de uvas, olaré!


No próximo fim de semana os Montis dividem-se, há uns corajosos que vão a Torres Novas ver como se pedala por aquelas bandas. Que tudo vos corra bem e que a crónica mostre logo de seguida o prazer de mais uma bela participação. Eu vou cantar, nesse domingo às quatro da tarde, no Largo do Pelourinho em Alverca. Ficarão encantados todos os que puderem comparecer, prometo!


Abraikes do MontiVictor.

5 comentários:

  1. Meus senhores, crónicas destas não mereciam armadilhas venenosas. Ser abruptamente abalruado pela tramóia de uma foto é uma facada.
    MontiVictor ficamos ansiosamente à espera do resto da crónica... MontiNando já está com boca banhada em água para saber o que perdeu e nós para recordarmos os belos momentos deste sabadal.
    Um conselho se me é permitido, escrever o texto em word, gravar e só depois abrir o blog. Eu adoptei este sistema, é mais seguro.

    Abraikes

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  2. MontiVictor,

    Daqui vai mais uma forcinha... não desanime...
    eu sei...é um pouco desmoralizante que após algum trabalho a transformar um pensamento em palavras escritas, devido a qualquer problema técnico, desapareçam essas mesmas palavras. E o pior é que depois o texto seguinte já não sai igual ao original.
    MontiCadilha tem um bom sistema e que deve ser adoptado pelos MontiCronistas, ao escrever primeiro num processador de texto e ir gravando, para só no final o copiar para a nova mensagem no blog.

    Fico à espera do capitulo II desta MontiCrónica


    Inté

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  3. Pois caros Montis, tenho a dizer que tenho todas as mensagens guardadas em word mesmo para esse efeito, já estou calejado à muito tempo com estas partidas mas em outros processos. Mas vamos ao que interessa e isso sim é a crónica mais uma vez tão bem redigida pelo nosso MontiVitor. Está deliciosa e eu ainda pergunto se o meu amigo já pensou em escrever algum livro sobre qualquer coisa, acho que tem veia artística para isso. Eu seria um dos primeiros a comprar hehehehe.
    Um grande abraço MontiVitor e ao resto dos Montis.
    P.S.:MontiVitor, eu acho que devia fazer mais crónicas, pelo facto de serem completas e com aspectos que muitas vezes são esquecidos por outros. Se tiver alguma dificuldade em colocar o texto e as fotos da maneira como faço, tenho todo o prazer em ajudá-lo nessa missão.

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  4. Montivictor, que pena a tecnologia atraiçoar tão bela prosa. Delicioso! E aguça desde já o apetite para futuras prosas
    Até faz esquecer as dores nas pernas ....
    Aquele abraço
    A Félix

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  5. Ora cá está a prometida 2ªparte, deliciosa com a xinchada pelo meio.
    Bravo caro MontiVictor.
    Pois o próximo fim de semana os Montis separam-se em múltiplas actividades. Uns pedalam outro canta e outros KalKarão terrenos.
    Que tenhamos um dia em cheio com diversão e muito boa disposição.
    Abraikes e boas pedaladas

    JCadilha

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