Amigos e Montistodos, já passaram dois anos desde o nascimento do nosso grupo e com muita satisfação posso dizer que estou convencido que estão presentes e firmes os três pilares definidores da nossa veia ciclista: passear pelos montes, buscar novos trilhos e garantir a inclusão de todos os elementos.
No passeio - talvez mais Montitreino do que passeio - de domingo passado assim aconteceu.
Reunidos os três pedalantes à hora combinada, embora ainda na Torre do Meio, desandaram prontamente até à sede mais-que-provisória em busca do cafézinho. MontiCadilha foi generoso, uma vez mais, e ofereceu ao Emídio e a este cronista a ternura de um bolinho em comemoração do 2º aniversário Montibiker. O cronista, bem atestado do seu lauto pequeno almoço, deu-se ao luxo de recusar, tentando com diplomáticas frases não empalidecer com isso a beleza do momento. Foi compreendido: enquanto ele falou os outros dois paparam os pastéis de nata e na foto comemorativa ficaram os três muito bem.
E toca a montar nas bikes e seguir o MontiEmídio, o proponente do traçado a cumprir no treino. Direcção Casal das Areias, aí vão eles com vagar e vontade de vencer aquela rampa primeira, capaz de obrigar muita gente a desmontar. Os dois homens da Torre do Meio lá se despacharam sem apeadeiros mas o cronista foi-se abaixo e acabou a pé a puxar pela bike. E assim fomos continuando até o cimo do Cabeço da Rosa, dois à frente conversando e um atrás, o cronista, a tomar conta neles e a pensar "já não os vou apanhar!". Mas não foi bem assim; eles ficaram à espera sempre que o sénior, este cronista, teimou em deixá-los distanciarem-se. Coisa de Montibikers! Bem, voltando ao passeio (ou treino), avançámos depois para o forte da Alrota e descemos por um caminho novo, mais exigente (ninguém se queixou), até à vinha onde uma rampazinha sacana nos põe algumas pedras no caminho que leva até ao estradão que, indo pela esquerda, nos leva até Vila de Rei. Mas nós fomos pela direita, sempre a subir, claro, e este vosso amigo, sempre cuidadoso, a deixar os outros dois andar à frente para os poder controlar. Fomos subindo sempre, por aquelas encostas todas que levam ao moinho sobranceiro a A-de-Mourão. Podem crer que se estava muito bem lá em cima, sem vento, ao sol, uma delícia a que o panorama, largo e luminoso, dos montes e do Tejo dava uma densidade suave, sedutora. À descida para A-de-Mourão a boa velocidade seguiu-se nova subida para os montes que rodeiam a Calhandriz, para uma descida, de travões bem apertados, que nos levou depois ao Retiro do Marquês, onde passámos a caminho de A-da-Naia. Sem saber o que ia na cabecinha do Emídio, eu cá atrás pensei " bem, agora vamos descer pela estrada direitinhos a Alverca". Nos semáforos da povoação concluí que no traçado o Emídio tinha resolvido incluir também aquela subidinha, em branca calçada de pedra, que permite trepar desde A-da-Naia até lá acima, bem acima, a um monte sem nome (?), que nos permite avistar a Subserra e faz justa vizinhança com as pedreiras da Cimpor. MontiEmídio despachou o troço completo sem se apear, conseguindo um brilharete notável e raro, já que ao músculo e ao saber é preciso acrescentar sorte para se vencer aquela autêntica escalada! Nesse topo começou, e em seguida fizemos, uma descida das mais interessantes que me apareceram na nossa região. Pedras grandes e pequenas, em lage, em cunha, ladeando valas, uma multiplicação de dificuldades e obstáculos, sempre de mão no travão - era uma descida - mas com necessidade de pedalar de vez em quando para não ter de parar. E foi assim, essa beleza, até ao estradão que depois nos encaminhou até ao alcatrão de Subserra onde passámos, a subir, ao lado da quinta municipal, a caminho das pedreiras e dos fortes das Linhas de Torres. Eu fui pedalando atrás dos dois malandros que não paravam, sendo o Emídio o diabinho de serviço, e lá me fui safando com "levezinhas" sucessivas (uma coisa boa que a Ghost tem...). Ainda subimos até ao moinho que há por ali perto e iniciou-se em seguida a descida para o Sobralinho, coisa fácil e sem importância, que Alverca já está à vista. Chegados ao loteamento fantasma, vizinho da Quinta do Sobralinho, mestre Emídio anuncia que tem ainda uma subidazinha a propor e pergunta-me se me sinto com coragem. Eu, pensando na rampa interminável que sobe desde a entrada principal da Quinta até às pedreiras, tentei disfarçar um "nim" dizendo um "só vendo!" À minha pergunta de se era já pr'à direita recebo a resposta de que era mais lá para diante e eu, pensando, interrogava-me qual seria. Pois foi aquela que vai entre as vivendas e sobe até ao topo do monte, onde se vê aquele trajecto, a descer em rampa vertiginosa, da conduta de água para Lisboa, sobre a estrada que conduz à Calhandriz e a Arruda. Bem, meus amigos, tive que puxar da minha tenacidade tudo o que ela podia dar mas consegui chegar lá acima, onde os meus malandros companheiros me mimaram com paternais louvores por ter vencido mais esta subida. Felizes os três, descemos nas calmas e nas calmas chegámos à Torre do Meio, a uma hora decentíssima: eram 12:15! Percorremos cerca de 30 km a uma média de 10,2 km/h. Parece um passeio... mas foi um autêntico treino de subida. Culpa do MontiEmídio, que está imparável. Todos os outros Montibikers ficam, agora, autorizados a solicitar repetição deste trajecto para poderem gabar-se também de "esse eu também já fiz!" Não ficam é autorizados a desmontar mais vezes do que as que desmontou este vosso afirmativo e talentoso cronista. Afirmativo e talentoso porquê? Porque, até nas crónicas, consigo (subir tudo) fazê-las nem que seja de caneta na mão. Não foi o caso desta...
Abraikes amigos.
MontiVictor.
Pois é, meu amigo!
ResponderEliminarPara se fazer uma boa crónica, como esta, também há que ter havido um bom treino!
Como era o treino/passeio da comemoração do 2º aniversário, escolhi muito estradão e single track's á maneira... alguns já conhecidos, e outros por explorar...
Não somos os CabrasDaMontanha, mas somos os MontiBikers, pelo que as subiditas são nossas amigas, pois assim que as alcançamos, vislumbramos de imediato umas belas desciditas... eh eh
Aquela ultima subidita no Sobralinho foi realizada pelo MontiVictor na baixinha, mas é de se enaltecer (e foi por isso que o mimamos com paternais louvores), pois nem ofegava quando chegou lá acima (devia-se ter inspirado nas vistas magnificas que se aproximavam sobre as lezírias Ribatejanas)...ups...
Atenção que Sintra já se apróxima e há que estar bem preparado fisica/psicológicamente...
Inté
O senior está demais... a pedalar!!!! e a escrever .
ResponderEliminarGrande crónica.
O Montimidio é que anda a arrasar ....não para quieto e só quer trepar...trepar..trepar
(medo...muito medo)
Abraikes
A F
O nosso sénior a cada crónica que passa surpreende-nos. Esta, deliciou-me particularmente, confesso que a li mais que uma vez, obrigado MontiVictor.
EliminarNão temos dúvidas que o nosso trepador MontiEmidio "anda pa caraças", seja a subir a rolar ou a descer o homem está imparável. MontiVictor para o pouco que tem treinado surpreende-nos positivamente, nunca se nega a mais uma "subidinha" e a descer está sempre pronto.
Atenção aos ausentes, quando aparecerem têm que trazer um motor acoplado, ah pois têm!!!
Adorei esta crónica minuciosa do passeio que fizeram, só o nosso Sénior para nos deliciar com estrondosa narrativa. Um bem haja para ele, quanto ao ausente Benjamim está agora nas lides do tiro com arco mas peço que tenham paciência, pois quando tiver oportunidade estarei no meio de vocês. Posso é não ter canetas para vos acompanhar. O tiro com arco está a roubar-me tempo ao fim de semana pois é nessa altura que posso treinar de dia a 70 Metros, mas já estou a arranjar maneira de poder treinar também à noite, com holofote.
ResponderEliminarUm grande ABRAIKE a todos e até a um próximo passeio
Meninos Montis, fico babado! Vocês puxam o meu astral para o alto!
ResponderEliminarMas nem por serem adeptos das escritas que eu escrevinho me dou a disponibilizar-me para contribuir com mais frequência para as nossas crónicas. Tenho algumas dificuldades com a gestão do tempo - sempre tive - e acho (todos achamos n'é?) que as crónicas devem ser apresentadas com rapidez. Por outro lado aproveito para informar que vejo com muito agrado que, dentro do estilo de cada um, nós formamos um grupo em que todos mostram empenho em rechear e dar bom acabamento à sua crónica cada vez que lhe calha fazê-la. Ainda bem que assim é. Ganhamos todos melhor conhecimento mútuo e é estimulante.
Finalmente: há uma cronista profissional, Eduarda de seu nome, que parece ter ossos do ofício insuportáveis! Nunca mais apareceu! E nunca fez uma crónica! Mas que desperdício! Temos de chamá-la à responsabilidade e trazê-la de novo ao nosso convívio, não acham? Pela minha parte vou chateá-la com um e-mail seguido de chamada telemobilística. Vamos lá ver se conseguimos recuperá-la.
Abraikes.
Victor
Abraikes