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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Montibikers no passeio Trilhos & Courelas



Mais uma jornada gloriosa nos esperava depois do atribulado e despassarado início de viagem rumo a Vendas Novas. Trek e Cube no tejadilho do HondaNando e Ghost e Scott no do VolksCadilha, lá se acertou que a monticaravana seria guiada pelo HondaNando. Mas não se acertou por onde se saía da ensonada Alverca. De maneira que as montiviaturas deixaram de se ver, o que criou uma forte tensão no interior do VolksCadilha, com imediato recurso aos telélés em busca de contacto com o HondaNando. Mas isto da comunicação não é simples, ao contrário do que quase sempre pensamos. E torna-se matéria complicada na falta dos telélés, muito bem arrumadinhos entre as coisas que se põem "lá atrás na mala do carro". O
 MontiCadilha ia-se passando e resmungava repetidamente "Começou mal, vai acabar mal!". Até que os jovens Montis, a irreflectida juventude, lá fizeram stop já quase a entrar na primeira rotunda de Vendas Novas. Aí lá se lembraram de comunicar para os menos jovens dando conta de que afinal estavam vivos e até já tinham chegado! E que afinal os telélés até estavam com eles!...

Bem, esta parte termina com o reencontro, amuado, e a busca do local de recepção e concentração junto ao Pavilhão Gimnodesportivo Municipal.

Com o sol a brilhar, como se previa, aí fizemos a recolha dos "frontais", bebemos um cafézinho à pala e fomos às montiviaturas para a preparação final de montis e bikes. Com muito espaço de parque, todos os participantes estiveram à vontade e mais de seiscentos (700?) bikers estavam alinhados à hora e prontos para o início que, apenas retardado por algumas recomendações da organização e pela saudação do Presidente da Câmara de Vendas Novas, se registou pouco depois das 9:15.






 E aí vão eles, feitos serpente ondulante, pelas ruas da cidade alva, de horizontes largos, já desperta e curiosa, a caminho do quartel do Regimento de Artilharia, sem tropa à vista mas com os guias q. b. para nos encaminharem para os areais dos terrenos vizinhos, em que despontam arbustos, ervas rasteiras e os sobreiros e azinheiras já esperados em terras alentejanas. Depois das primeiras desacelerações e atrapalhações com os bancos de areia que constantemente apareciam no trilho, o pessoal foi-se habituando e percebendo que teria de aguentar nas pernas o esforço de se manter em cima das bikes. Alegremente se foram papando kms neste terreno enganador, a que os ribeiros davam uma nota divertida com o desafio de passar sem molhar os pés. E os Montis, sem poupar atenção nem exagerar esforços, foram mantendo um belo ritmo, a que

só a passagem acelerada dos bikers dos 85 km trazia a noção de que afinal havia quem andasse mais depressa. Sempre a pedalar com os companheiros debaixo de olho, os Montis subiram, desceram, planaram, foram tirando as necessárias fotografias e o MontiNando, sem se dar conta, até convenceu um jovem mais apressado a bater com as costas no chão mesmo rentinho a um chaparro. Nada de mau aconteceu a não ser o susto e foi bonito ver a pronta solidariedade e apoio que o desastrado biker recebeu. Recuperados os sorrisos, tornou-se a dar às canetas com redobrada energia e foi assim, vencendo a areia e as sucessivas subidas e descidas dum terreno ondulado sem ser agreste, que, alguns kms depois da separação 85-55, chegámos ao primeiro abastecimento, a meio dos nossos 55 km.



 Um primor!!! Num cenário de uma beleza natural surpreendente vários guarda-sóis coloridos abrigavam os devotados abastecedores, que nos ofereciam laranjas doces e sumarentas, cortadinhas aos gomos, bananas, águas, sumos, eu sei lá o quê mais.
Os bikers sentiram-se bem naquele paraíso e, completamente reanimados, voltaram aos trilhos, agora já sem areia que incomodasse.
Recomeçada a pedalagem tudo foi correndo ao mesmo jeito da primeira parte, agora com descidas mais rápidas e as correspondentes subidas menos fáceis, com alguns bikers a desmontar nas mais longas. E os Montis iam pedalando na maior, mantendo o grupo controlado, fotografias e vídeos sempre a rolar, notando-se embora que o MontiVictor já mostrava uma calma preferência pelo lugar de Vassourabiker. É então que, após uma belíssima descida, na passagem de uma ribeira mais caudalosa quase toda a gente é vencida pela corrente e acaba por meter os pesantes na água empurrando a bike para a margem. Aí o pessoal montou de novo e meteu uma média para um troço a subir que parecia acabar já ali, escondendo uma curva que não se via bem onde ia dar. Bem, chegados lá, bem no sítio, era aquela curva em gancho, com uma rampa longa e empinada, em que quem não tinha embalado se via aflito para avançar. MontiEmídio foi andando e MontiVictor atacou a subida com determinação e... bicicleta pela mão. A meio parou por ter compreeendido que as pernas já reclamavam por causa do esforço inicial nas areias dos sobrais. Aproveitou para tirar umas fotos, que o sítio era lindo e proporcionava uma visão belíssima do trilho. Vê passar o MontiCadilha, que é brindado com uma notável fotografia, há-de ver-se depois. Completa a subida e nota que as cãimbras saíram do saco e ameaçam tomar posse das suas gâmbias. Já nem sabe se o MontiNando ainda vem aí ou se passou sem ele ver. Monta na bike e retoma as pedaladas com cautela e alguma determinação. As pernas não se manifestam e MontiVictor vai andando. Os outros Montis não estão à vista mas passadas umas centenas de metros lá começam a aparecer, em jeito de agências de rating que observam a evolução da dívida pública e, embora prontos a ajudar, vão logicamente baixar a classificação do Vassourabiker. Por injusto que seja para os outros Montis era assim que o Vassourabiker se sentia naqueles assados de monta-desmonta, ai-que-dói-a-cãimbra, vamos lá a fazer um alongamento, ai-não-que-dói, tenho de esperar um pouco, vai ou não vai, não vai não, bom-vamos-lá-ver-se-sim, e lá se atrevia a pedalar de novo, até que uns kms à frente apareceu um apaziguador último abastecimento, o "de líquidos". O grupo ali esteve todo, meteu mais uns quartos de laranja (grande invenção) no bucho, o MontiVictor percebeu que havia outros bikers com problemas iguais e, com um agradecimento caloroso às simpáticas abastecedoras, retomou-se o trilho, sob um sol quente que libertava os odores fortes da esteva e outras plantas que povoam a planície alentejana. Bom cheiro aquele, amigos! Com mais uns kms de heróico esforço e companheirismo indestrutível lá rumámos à meta, à lavagem das bikes e à banhoca, duche nos balneários das piscinas municipais... boa a água, nada de acumulação de banhistas (pudera, já estavam todos a almoçar!...) e ficámos prontos para, arrumados os sacos, rumar ao almoço. Isso era o que tu querias! Vá que tens umas imperiais e uns torresmos meio-cá-meio-lá para trincar enquanto esperas mas vais ter que aguentar na fila para não lhe chamar bicha. Mas a bicha não anda (afinal já não é fila...), que merda é esta? Calma, MontiCadilha vai inspeccionar. Nós cá fora, na bicha, fazendo conversa mole com os companheiros esfomeados que connosco embichavam (cuidado com a linguagem...)! A certa altura vemos num sobressalto que a bicha começa a andar, que maravilha! Destravou, quem conseguiu? O nosso MontiCadilha! Foi aos responsáveis e pressiona aqui, critica ali, sugere acolá, meteu o mentor do "só entram cinco de cada vez quando sairem outros cinco" no bolso e o pessoal que esperava entrou de enxurrada, ocupou as mesas que havia livres e limpou mais umas tantas, de maneira que todos estavam sentados em menos de cinco minutos! Já mais apaziguados, recebemos com esperança uma sopa que, mal encarada, revelou estar muito boa, assim como as febras do porquinho, bem temperadas, saborosas, acompanhadas de um inesperado arroz de feijão (?!), batatas fritas de pacote (boas), salada mista dentro do costume, bebidas ajustadas ao momento (cerveja em jarro!) e uns acompanhamentos ocasionais de remoques e de explicações amáveis(MontiCadilha na berlinda) sobre a "enxurrada" da entrada. A verdade é que ficámos bem, até eu, MontiVictor, consegui esquecer com a dose dupla de arroz doce o tormento das cãimbrazinhas durante a fase final do passeio. Aqui chegados passamos ao café, à bica, que decidimos ir beber ao bar duma agremiação vizinha do recinto onde almoçámos. Pessoal bem disposto, alentejanos já na 3ª idade mas adeptos ainda da bicicleta como transporte e sempre prontos para uns dedos de conversa ou para dar uma amostra das suas habilidades. Topem o vídeo do MontiCadilha, está lá tudo, a começar na imitação do mocho! Despedidas fraternas e vamos embora, agora é sempre estrada! Até para o ano? Veremos! Foi um excelente passeio, meus amigos! Os pontos menos bons não ensombram uma organização que demonstrou ter tudo bem preparado e controlado. Questões como a da bicha do almoço são para deitar para as costas. Quando as houver os MontiBikers resolvem, com lugar de honra ao MontiCadilha. Viva o Alentejo e o Trilhos&Courelas! Viva! (Olhem lá, eu sei que escrevi muito, mas eu tinha de dizer isto tudo, percebem? É uma crónica alentejana já com alguma sustância mas que ainda é pobrezinha de tempero! Da próxima vez vou esmerar-me e a coisa sairá melhor!... e maior!). Abraikes. Victor.

7 comentários:

  1. Oh MontiVictor, o meu amigo tem muito jeito mesmo para crónicas, estou de boca aberta. Este blog com a sua ajuda, irá ter muitas visitas derivado ao exaustivo pormenor dos acontecimentos com os Montibikers. Os meus parabéns e que continue a sua grande participação neste blog, é tudo o que eu desejo.
    Um grande ABRAIKE

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  2. Amigos, depois do capital esforço a que fui submetido para espremer das meninges cerebrais aquela soma de símbolos necessária à transmissão escrita da experiência bela que é pedalar com os amigos em todos os terrenos, é muito compensador ler um comentário tão benévolo da parte do MontiNando. É um estímulo e um desafio para da próxima vez vos empanzinar com uma crónica de superior sustância e invulgar extensão, algo que até ponha em tremideira a minha invulgar paciência perante os discursos e as cãimbras.
    Obrigado Montinando, estou babado, obrigado!
    Victor.

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  3. Há quê bêleza!

    Ah ah ah como só consigo ler dois parágrafos por noite, reservo para daqui a alguns dias o meu MontiComentário.
    Porém o que se apercebe desses dois primeiros parágrafos muito realistas, é que a malta nova trata bem dos teleles (bem aconchegadinhos nas mochilas)eheheheh.

    Parabéns MontiSeniorFotoReporter
    Abraikes e até ao próximo comentário (mais critico será) ahahah

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  4. Meu caro Cronista MontiVictor,
    Valeu a pena a nossa insistência, Salvé MontiVictor, os Montis estão de parabéns para além de uma jornalista têm um cronista. Confesso que já estava à espera de uma boa reportagem, mas no final da leitura fiquei ainda melhor impressionado.
    Só um pequeno reparo, o bolo de nozes não é referenciado. Será que o cronista não chegou a prová-lo?

    Abraikes

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  5. Eh pá, oh MontiVictor o MontiCadilha tem razão não foi referenciado o delicioso bolo de nozes, só espero que com esta acção não haja represálias do género de não haver mais bolinho da parte do nosso MontiCadilha. Espero que não, até porque acho que não foi com intenção de magoar os seus sentimentos.

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  6. eheheheh

    Esta malta é danada pá bincadera.

    Eu também comia mais umas fatias pá poxima.

    Abaikes abaikes Montis

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  7. MontiEmídio, não é brincadeira nenhuma. Infelizmente o lapso confirma uma vez mais (e não era preciso) que no melhor pano cai a nódoa. Sim, porque o tal de MontiVictor abarbatou uma bruta quantidade de cubinhos do bolo de nozes e nem uma referência a isso na crónica que fez! Ingratidão e... indelicadeza! Imensas desculpas peço ao MontiCadilha antes de me afundar num buraco para só aparecer quando for autorizado. Amanhã não, tenho concerto e podiam ir espreitá-lo às 21:30 na SFRA. No domingo 17ABR já me podem autorizar... ou não!
    Mas também não exagerem no castigo, está bem?
    Abraikes. Victor

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